A denominação Preservação Permanente, desgastada por apaixonadas e calorosas discordâncias, passou a constituir um jargão de pretensa proteção de habitantes urbanos para áreas predominantemente rurais. Incorporou a antipatia ideológica como impeditivo à produção rural. Tem sido distanciado o conceito do conhecimento, e assim polarizam-se as infundamentadas e parciais posturas.
De um lado a sociedade urbana clama pela conservação de árvores e animais, por força do convencimento apelativo de superficiais abordagens televisivas. O envolvimento apaixonado nada tem a ver com uma necessidade prática ou premente. Se percebe a proteção e amortecimento da vegetação das margens de rios, somente quando das enchentes e enxurradas. Empresários de comunicação e administradores públicos alardeiam sua ausência somente em ocorrências desastrosas. Mas todos esquecem que a ocupação empreendida e permitida nas cidades provocou a impermeabilização de quase todo o solo das bacias urbanas.
Por outro lado, produtores agrários rebatem a utilidade e necessidade de vegetação ciliar para as funções e regulações ambientais, às expensas de mais alguns hectares acrescidos à área rentável. O resultado do escoamento superficial de boa parte da água caída da chuva, que leva a destruição e a fertilidade do solo, não é percebido dentro da propriedade.
A maioria dos consumidores urbanos credita o ônus e a responsabilidade da revegetação exclusivamente aos atuais produtores rurais. Estes reclamam, com certa razão, da conta da recomposição florestal. A prática do desflorestamento é resultante em parte, pelo estímulo histórico e pela cultura da soberania feudal do proprietário rural, gerada pela ausência e omissão do Estado. E este não incentiva efetivamente a recuperação da cobertura arbórea, direcionando a isenção de impostos para comerciantes de automóveis. Na queda de braço, o Parlamento, refletindo sua composição, pende para o lado de maior expressão econômica, e radicaliza atirando no pé apertado pelo sapato. Se o problema do trem é no último vagão, retira-se o último vagão.
Área de insegurança intermitente |
Por outro lado, produtores agrários rebatem a utilidade e necessidade de vegetação ciliar para as funções e regulações ambientais, às expensas de mais alguns hectares acrescidos à área rentável. O resultado do escoamento superficial de boa parte da água caída da chuva, que leva a destruição e a fertilidade do solo, não é percebido dentro da propriedade.
A maioria dos consumidores urbanos credita o ônus e a responsabilidade da revegetação exclusivamente aos atuais produtores rurais. Estes reclamam, com certa razão, da conta da recomposição florestal. A prática do desflorestamento é resultante em parte, pelo estímulo histórico e pela cultura da soberania feudal do proprietário rural, gerada pela ausência e omissão do Estado. E este não incentiva efetivamente a recuperação da cobertura arbórea, direcionando a isenção de impostos para comerciantes de automóveis. Na queda de braço, o Parlamento, refletindo sua composição, pende para o lado de maior expressão econômica, e radicaliza atirando no pé apertado pelo sapato. Se o problema do trem é no último vagão, retira-se o último vagão.
Preservação intermitente? |
A visão estreita e limitada somente enxerga o crescimento incondicional e imediato como se não houvesse uma capacidade de suporte a ser respeitada. E a segurança de populações e da própria economia é jogada por água abaixo, por não se perceber que a dinâmica dos fenômenos naturais é cíclica e interligada. Cursos d'água intermitentes evidenciam que o ciclo hidrológico e climático obedece uma pulsação vital, da qual depende toda a biota. Pensar que, pelo fato de não estar correndo água num curso qualquer, não há necessidade de cuidá-lo e protegê-lo, é equivalente a achar que por não estar na fase de colheita a cultura não merece cuidados e a terra que a suporta, não tem serventia.