Florestas deitadas, sentadas, agachadas? Parece besteira, mas existiria outra possibilidade de existência para as formações florestais? Pode até ser que em algumas condições, indivíduos ou formações possam assumir características diferentes daquelas determinadas pelo geotropismo nas plantas. Mas uma árvore, de uma forma geral, tem como característica intrínseca o desenvolvimento vertical de tronco, que estabelece e fixa o vegetal, da forma mais estável possível, para maximizar a abertura aérea da copa.
O termo decorre da denominação da matéria prima florestal extraída diretamente no local de ocorrência. "Madeira em pé" se refere à comercialização individual de árvores de madeira valorizada, procedimento tradicional nas áreas florestais. O processo de abate seletivo irregular ocorre principalmente, quando o controle oficial inexiste ou é deficiente, quando a demanda de madeira é predominante na economia local, e quando há imperativa necessidade de obter ganho financeiro, de modo rápido e com mínimo custo. Vendem-se as "madeiras" diretamente ao interessado, o qual arca com custos de exploração, transporte e "legalização".
Floresta "deitada"? |
O perigo em repetir jargões está em legitimar conceitos descabidos, mascarando o problema, causas e efeitos. "Em pé" é uma nomeação imprópria e inaplicável à floresta. Demonstra, além de desconhecimento, um despreparo para qualquer trato subsequente da questão. Induz à consideração de outras "posições" admissíveis (deitada, sentada). O principal é que muda radicalmente o foco da questão, pois desvincula e desassocia a função ambiental e produtiva da floresta, e a responsabilidade de tutela governamental e do proprietário ou usuário da terra.
O que se deveria dizer, na verdade, é: manutenção da floresta. Isto é sutil e significativamente diferente. Manter a floresta implica em cuidar, proteger, e até mesmo, utilizar responsavelmente. A floresta só pode ser concebida "em pé", e sua manutenção é uma condição indissociável à existência. Se não estiver em pé, não é floresta!
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